I
Ando muito preocupado
Com a atual situação
Parei para pensar
Fazer uma reflexão
Me lembrei da tamborada
Balde, lata amassada
E o carro pipa no portão
II
A poucos anos atrás
Essa cena era frequente
Em cada casa da cidade
Tinha um tambor na frente
Quando o carro chegava
Uma fila se formava
Parecíamos indigentes
III
Tinha a ficha semanal
Aumentando a humilhação
Depois veio a caderneta
Pra fazer a anotação
A água é que não chegava
Toda semana faltava
Era um mal sem salvação
IV
Quando Lagoa do Barro enchia
Tudo era animação
O sertão ficava em festa
Era boa a sensação
Corria água nas torneiras
Parecendo rua em feira
Feito fogo em São João
V
Aí veio a adutora
O paraíso chegou
A água seria farta
Todo mundo assim pensou
Mas os canos eram finos
A água foi se esvaindo
E o tormento chegou
VI
Voltou o carro pipa
Nego comprando tambor
Reativaram as cisternas
A água mais cara ficou
Tem dia que não tem banho
Pra sair nem me assanho
Porque a torneira secou
VII
Então fico a imaginar
Como será a eleição
Muito carro e pouca água
Maior será a humilhação
Lata d’água na cabeça
Na hora de votar não esqueça
Passado de judiação.
Por: Geonaldes E. de S. Gomes.
O Problema da água no Semi-árido nordestino é antigo. Existe uma situação de ordem natural e uma outra mais grave, de ordem política que passa pelo crivo dos poiticos cuja seriedade, espírito público e caráter, não coadunam com o discurso proferido na época das eleições.
Neste ano teremos eleições. Pensem, ajam, escolham aquele que se apresenta menos viciado. Busquem uma pessoa de bem e votem conscientes de que fizeram a melhor escolha. Quem sabe! de repente a água chega em abundância.
São João está vem ai com muitas bandas famosas!!!